terça-feira, 14 de abril de 2009

Uma outra Essência



Toca-me suavemente brisa quente, faz suspirar em mim uma doçura ardente.
Oiço o cantar tropical... Vejo uma agua de tão límpida que transparece a areia fina, suave, branca que só permanece nesta margem do Oceano Atlântico.
Passo a passo toco com os pés que me sustentam o corpo, sentido devagarinho uma agua feita de seda, dou por mim já dentro dela. Corpo despido desnudado mergulhado, nada e abre os olhos, dou de caras com um arco-íris submerso na agua, vejo peixes de todas as cores, padrões diversos e feitios, seres únicos nunca antes vistos por este olhar dominado pela curiosidade ingénua do descobrir.
Danço, danço pela areia , a cada passo que dou vou de encontro a um novo achado, preciosidades desta terra divina!
Forma redonda de um castanho singular, pego com a mão esta textura difícil de quebrar. Caído lá do alto verde do coqueiro, maravilha tão particular deste pequeno grande reino tão recheado de sua espampanante riqueza natural.
Observo sorrisos de pele negra a circular, que tudo dão de si para os de fora conseguirem alcançar o agradar. Corpos andantes por ai a vaguear, que tudo o que possuem é esta grandeza da mãe Natureza...
Deixo-me envolver neste clima húmido que me causa arroubos de liberdade que me deixa com uma sensação optimista e uma sensualidade lúbrica a flor da pele.
Bem vindas as virtualidades do bom tempo, fiel e continuado! A tristeza não me ocorre, o riso é espontâneo e frequente, e o deslumbramento perante a Natureza e os seus prodígios um sentimento grato, rendido e efusivo.
Até o vento que a todos enerva menos a mim, este vento forte permanente filtrando-me a alma de todos os cismas e neuroses urbanos.
Adeus Natureza exuberante, vou levar-te comigo penetrada nos meus poros até ao infinito da alma... Deixo-te então Natureza divina, levo um pouco dos teus prodígios comigo.
É impressionante a influencia que os diferentes climas exercem sobre nós e como é bom descobri-lo na pele!
Acordo de um sonho realizado que me fez revelar uma outra essência em mim.
Suspiro-te uma ultima vez...


Sofia Proença

2 comentários:

  1. Brilhante!
    Utilização de palavras que nos permitem sentir uma mescla do que tiveste prazer de descobrir, no outro lado do Atlântico.
    Mas não suspires uma última vez.
    Suspira... e volta a suspirar! Retem o que há a reter e mantem sempre essa lembrança mágica dos momentos, puros, naturais!
    Que a natureza faça sempre parte de nós, que todos consigam aprender a trabalhar a pele para disfrutar com o devido valor.

    Keep Doing my lov*

    ResponderEliminar
  2. Gostei muito. Bela discrição mesmo!

    Beijinho

    ResponderEliminar