sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Há coisas Sofia...

Há coisas belas Sofia...
Esse teu nome, por exemplo
É qualidade do que é belo, é magia.
Fala de história,
É culto e sabedoria.

Há coisas Sofia...
Que não se falam.
Bastam olhares argutos e ferozes,
Que semeiam doces frutos que se aram,
E calam nobremente muitas vozes.

Coisas belas Sofia...
Que tu sabes onde estão, basta olhares
Em frente no leito do rio onde estás,
Os toques, a afeição, o prazer dos paladares
Das bocas que se tocam sem notares.

Coisas, Sofia...
Histórias que se dizem ser de fadas,
Contos onde matam os dragões,
Mitos de princesas bem cerradas,
Que no real são meras presunções.

Sofia...
Há coisas que só tu sabes,
Porque és conhecimento de teu nome.
Eu observo e injecto saber,
Daquilo que não sei, da tua fome.


Sofia, coisas belas!
Que sabes tão bem serem de ti,
Se história existe, daqui se tira,
Se recados te direi serão de mim,
E não do poeta que me inspira.


por João Guilhoto

terça-feira, 21 de julho de 2009

Esta nostalgia...


Vamos fazer mais uma daquelas viagens só nossas e parar em cada recanto apreciando novas descobertas paisagistas e históricas, ao som de todo o Jazz, Beatles, Eric Clapton, Bob Marley, o que quiseres... Nem acredito no dia em que bateste implacavelmente com a porta, e te ausentaste de forma infinita.
Severo sempre que fosse preciso, mas raras as vezes deixavas essa faceta vir ao de cima, sempre seguro e determinado, nunca muito presente, mas sim distante, contudo eras aquele lado masculino insubstituível neste meu espaço agora tão vazio.
E agora quase não te reconheço, é difícil imaginar que um dia já foste elemento, e triste sabe-lo que já não o és, lamentavelmente... Espantosa a falta que ainda me fazes, e a nostalgia que me dá, por vezes boa ou má, quando me ocorrem memorias tuas, do homem que aos meus olhos um dia foste...
Um dia alcancei-te, senti-te presente, deste-me a conhecer o prazer da musica, a sensibilidade e o poder de a conseguir apreciar com alma.
Tu ensinaste-me um dia a rir às gargalhadas, com aquelas palhaçadas só tuas, tão unicamente tuas pai... sim pai... agora custa, mas sei que um dia já foste e que apesar de toda a reviravolta o sentimento de filha não desvaneceu...



Sofia Proença Gonçalves

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um monólogo interior, em busca do vale encantado


Farta… sinto-me já sem pernas sem braços e sem cérebro lúcido… estou em pranto desespero da vida , vejo-me num precipício e prestes a cair…
Quero o Céu a Terra o fogo e o Mar, quero a perfeição alcançar, aquela perfeição imperfeita de um equilíbrio próximo, mas parece que nada alinha nesta terra, parece-me tudo tão contraditório e inseguro. Porque é que tudo tem de ser assim tão nublado... por agora, e logo agora? Quero achar o caminho que passa esta neblina e encontrar um tal vale encantado por ai. Sei que existe e tenho essa esperança. A vida não tem de ser assim, já que é tão curta… não pode, isto tem de ser uma ilusão temporária, uma gracinha de percurso! Tem de ser…
Quero sonhar e ir mais alto, encontrar as pessoas certas, quero sentir-me completa e preencher quem me rodeia. Quero e Quero e depois?? Nada tenho!
Um dia...
Um dia espreito-te da janela como se chamasses por mim, não estas cá mais uma vez, pura ilusão temporal. Sinto-te como se fosse ontem, como se a lua ainda me iluminasse com aquela cor ténue esbranquiçada, e não com estas luzes inquietantes, irritadiças e instáveis que agora ousam atacar-me. Pior quando enxergo-te realidade e odeio-te agora por isso! Mas sei que um dia te vou amar, e olhar-te-ei com outros olhos, de me esfregares tantas verdades na cara!!
Quero libertar-te de minha alma e olhar para ti como ser que agora te tornaste dentro do meu mundo, e esquecer aquilo que agora parece já nada significar.
Nada poderás alterar sozinha nesta batalha, em que o término ilusoriamente parece ainda não ter chegado... Todo o meu acto, atitude, gesto, mudança é em vão, nada parece valer a pena neste desnorteado presente, nada dos meus actos terá agora o devido valor, serão olhados como bichos e de forma contrária aquilo que são… É o desespero, sentir e não ser sentido, compreender e não ser compreendo, ganhar e de seguida perder, e ser a única a ver e observar coisas, coisas essas que agora parecem vazias à espera de um rechear de riquezas perdidas...
Esquece! Sendo assim então o caminho terá de ser outro!
Agora exploro-te mundo meu, agora que posso dedicar-me e abraçar-te, por sentir-me numa tal sala branca, uma sala branca vazia sem ninguém, onde só eu estou para auxiliar-me.
Um dia, espero... abrirei a porta, para um encontro verde acompanhado por suas cores primarias,segundarias e terçarias, e ai, dar de caras com um tal de vale encantado! Já me pareceu mais longínquo, de facto...


Sofia Proença Gonçalves

domingo, 3 de maio de 2009

Pequeno felino

Andas pela noite com olhos cintilantes, pousas as patas de forma genuína. Aprecio-te sentada. Observando com rigor todo o teu esplendor. Esse corpo bem desenhado característico de um felino... Que Ser tão lindo este! Que cheira-me sem tocar, cuidadoso e delicado em todos os seus gestos.Tens uma higiene única, que fazes questão de manter permanentemente... E esse olhar meigo e alerta ao mesmo tempo. Olhos redondos sempre luminosos, atentos a tudo, possuidores de uma beleza extrema.. E quando vens ter comigo mimar-me como só tu felino mimas, com esse teu pêlo sedoso, emitindo constantemente aquele som que delicia-me,aconchega-me e acalma-me... Não és um comum animal, és dotado de uma natureza misteriosa e requintada, dotado de uma personalidade muito própria só tua. És livre, fazes o que bem entendes, não deves satisfações, se quiseres virar-me as costas viras ignorando tudo, porque simplesmente não te apetece, sabes manipular subtilmente qualquer Ser com esse teu jeito. Percebe-se as tuas origens felino, consegues transparecer o ar mais dócil, como o mais severo quando algo ousa perturbar-te e assanhas-te!! Não consegues disfarçar essa tua essência, por mais "enclausurado" que estejas. Quero-te comigo, és companhia, algo de mim tem do teu ser, criamos uma empatia e conquistamo-nos. Tu mias e eu falo, e assim será, apesar das diferenças, tu belo animal nunca me farás mal. Preenches este meu espaço com todo o teu carisma. Vai meu gato, vai à tua vida,vai dominar territórios, sei que voltarás sempre...

Sofia Proença Gonçalves

terça-feira, 14 de abril de 2009

Uma outra Essência



Toca-me suavemente brisa quente, faz suspirar em mim uma doçura ardente.
Oiço o cantar tropical... Vejo uma agua de tão límpida que transparece a areia fina, suave, branca que só permanece nesta margem do Oceano Atlântico.
Passo a passo toco com os pés que me sustentam o corpo, sentido devagarinho uma agua feita de seda, dou por mim já dentro dela. Corpo despido desnudado mergulhado, nada e abre os olhos, dou de caras com um arco-íris submerso na agua, vejo peixes de todas as cores, padrões diversos e feitios, seres únicos nunca antes vistos por este olhar dominado pela curiosidade ingénua do descobrir.
Danço, danço pela areia , a cada passo que dou vou de encontro a um novo achado, preciosidades desta terra divina!
Forma redonda de um castanho singular, pego com a mão esta textura difícil de quebrar. Caído lá do alto verde do coqueiro, maravilha tão particular deste pequeno grande reino tão recheado de sua espampanante riqueza natural.
Observo sorrisos de pele negra a circular, que tudo dão de si para os de fora conseguirem alcançar o agradar. Corpos andantes por ai a vaguear, que tudo o que possuem é esta grandeza da mãe Natureza...
Deixo-me envolver neste clima húmido que me causa arroubos de liberdade que me deixa com uma sensação optimista e uma sensualidade lúbrica a flor da pele.
Bem vindas as virtualidades do bom tempo, fiel e continuado! A tristeza não me ocorre, o riso é espontâneo e frequente, e o deslumbramento perante a Natureza e os seus prodígios um sentimento grato, rendido e efusivo.
Até o vento que a todos enerva menos a mim, este vento forte permanente filtrando-me a alma de todos os cismas e neuroses urbanos.
Adeus Natureza exuberante, vou levar-te comigo penetrada nos meus poros até ao infinito da alma... Deixo-te então Natureza divina, levo um pouco dos teus prodígios comigo.
É impressionante a influencia que os diferentes climas exercem sobre nós e como é bom descobri-lo na pele!
Acordo de um sonho realizado que me fez revelar uma outra essência em mim.
Suspiro-te uma ultima vez...


Sofia Proença

segunda-feira, 13 de abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009

Calor...

Sou uma nuvem cinzenta carregada de água... Sou Sol a pôr-se dando origem à lua acompanhada de pontos de luz, chamados de pirilampos,  lua essa que se sente só, esperando que o Sol um dia tempere a sua alma de uma energia quente carregada pela emoção.
O calor faz falta na minha vida, essa energia que trespassa em mim e apodera-se do meu corpo físico, abstracto e me transforma.
Enriquece e dá sabor a cada momento, cada toque, cada palavra... esse calor que desaparece e desvanece, deixando para trás Pegadas que já foram sem dor, o Amor...


Sofia Proença Gonçalves